05 abril, 2007

A Vida...


Estou eu andando com meu carro pelas ruas de São Bernardo quando ao parar em um farol avisto um rapaz saindo de uma loja. Na saída o cara é abordado por outros dois rapazes que pedem para ele "ficar de boa", pegam as sacolas das compras que ele havia acabado de fazer e ainda pedem todo o dinheiro que o cara tinha sacado no banco senão ele ia morrer ali mesmo. Quando o sinal abriu, eu liguei para a polícia e não sei o que aconteceu depois.
Chegando em casa ao contar a história para a minha mãe ela disse ter ouvido no rádio que um senhor foi morto porque não quis entregar para os ladrões R$ 700,00 que havia sacado em São Paulo.
Aí conversamos sobre mortes no transito, brigas de bar, por mulher ou por vários motivos e ela como muitas outras pessoas falou que "hoje mata-se por nada. A vida humana não vale mais nada!"
Fui para a PUC pensando nisso... "a vida humana HOJE não vale mais nada..." Será que em algum dia da história da humanidade a vida de um homem, de um simples homem, valeu alguma coisa?
Oras, se voltarmos para a ditadura militar, se alguém que era contra o regime falasse alguma coisa corria sério risco de perder sua vida. Voltamos mais um pouco e durante as guerras mundiais bombas atômicas e químicas matavam aos milhares. Mais para trás, trabalhadores morriam tentando abrir estradas de ferro pelo mundo. A Igreja matava por causa da religião durante as Inquisições. Outras culturas matavam para oferecer sacrifício aos seus Deuses enquanto outras matavam porque o outro era diferente.
E por mais que eu me esforce para tentar encontrar um lugar no mundo onde ninguém "morra por nada" eu não consigo. Não consigo ver uma cultura que respeite os direitos de cada pessoa. O direito de ter uma religião diferente, de poder se vestir, falar, se comportar diferente.
Hoje o miserável e o podre de rico vivem no mesmo mundo e cada um tem o seu mundo onde a vida tem um preço. O podre de rico paga por carros blindados, condomínios fechados, cercas elétricas enquanto o pobre se vira escondendo a carteira, correndo do ladrão e da polícia dependendo do caso.

Um ônibus cheio de turistas incendiado no RJ?
Policiais mortos por vingança do PCC?
Atentados terroristas?
Mulheres queimadas na fogueira acusadas de serem bruxas?
Japoneses mortos por uma bomba nuclear?
Crianças mortas antes mesmo de nascer porque são indesejáveis?

Quanto vale a sua, a minha, a nossa vida?