Em um final de semana desses, eu tive uma experiência muito agradável. Finalmente pude pegar a minha querida moto, juntar poucas tralhas em uma mochila e finalmente sair de casa sem um destino certo.
Quando deram 8:00 da manhã, olhei pela janela, vi que era um dia ensolarado e logo um sorriso se abriu em meu rosto. Peguei exatos R$ 30,00 que estavam em moedas e notas miúdas espalhadas pelo meu quarto, coloquei uma blusa, peguei a mochila e saí rumo ao litoral. Parando em um posto, eu decidi que iria para algum lugar de São Sebastião ? SP.
Eu estava com receio de sentir dores nas costas, de simplesmente não agüentar fazer a viajem, mas a minha XR 250 Tornado me mostrou que está valendo cada centavo pago, pois foi daqui até lá na boa.
Saindo da Imigrantes, segui pela Piaçaguera-Guarujá, depois entrei na Rio-Santos. A grande vantagem de viajar pela Rio-Santos é que a rodovia segue beirando as praias do litoral paulista durante quase todo o trajeto. E quando alguma parte do corpo começava a doer, bastava parar a moto, olhar para o litoral e tirar uma foto.
A viajem foi tranqüila, sem passar de 120km/h. Na verdade eu andava na média de 95 ? 105km/h para economizar algum valor em combustível. Seguindo assim, em quase duas horas, cheguei a Boiçucanga, uma praia linda, que fica 13km antes de Maresias. Lá comi um hot-dog, com um refri, olhei a praia por um bom tempo e resolvi voltar, em um retorno também tranqüilo.
Enfim, fiz a coisa que mais gosto, depois de beijar a Kika. Viajar, por aí, sem preocupação com tempo, distância ou compromisso. Simplesmente sair por aí tranqüilamente, sem pensar em nada ou em ninguém. E sempre que me sento diante do mar eu fico assim, com a cabeça vazia, simplesmente olhando para a água, de onde as primeiras formas de vida devem ter vindo, e sentindo uma vontade de entrar lá, como se estivesse voltando para casa. Sei lá o porque, mas sempre que vejo o mar, tenho uma sensação de respeito, de adorar aquele lugar e ainda penso que passarei os últimos anos de minha vida próximo dele.
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